Meteorologia Brasileira

LIGEIRO BOSQUEJO HISTÓRICO

O comportamento da atmosfera deve ter sido uma das maiores preocupações do homem primitivo, ignorante, nômade e indefeso. De sua história, porém, só possuímos tenuíssimos vislumbres. As primeiras civilizações nos deixaram traços do crescente interesse humano pelas cousas, boas e más, do oceano aéreo. Grandes filósofos e grandes poetas delas se ocuparam, com muita observação sutil a par de muita extravagância. Em tais quadras, em que um mentalismo incipiente defronta a Natureza quase virgem aos seus olhos, a imaginação alada substitui o raciocínio escorado. A bagagem científica é quase nula para a ginástica sadia da indução. Só após a longa letargia escolástica e com o advento da era das "origens" para a ciência, surgiu o recurso máximo para a evolução da meteorologia — os instrumentos. Com o progresso da física, ouvimos os primeiros vagidos da ciência da atmosfera, quiçá a mais nova do repertório brilhante da indagação humana.

Mais duzentos anos de prolegômenos, e chegamos à época em que o pesquisador se compenetra da extensão de seu laboratório infracionável. É a alvorada promissora da meteorologia sinóptica. Multiplicam-se os observadores conjugados, para analisar e medir o oceano sem fronteiras, em face de seus caprichos próprios e dos agentes externos, terrestres e cósmicos. Outras ciências evolvem a largos

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