como Cruls, Morize, Draenert, Weber, Lisboa e outros.
A não ser uma ou outra pesquisa especial, conduzida no Observatório Astronômico do Castelo, a cuja brilhante plêiade de cientistas muito deve a meteorologia brasileira, todas as atenções estavam viradas para a climatologia. O primeiro índice de expansão, encontramos num projeto de reorganização da Repartição Central Meteorológica da Marinha, redigida pelo então 1º Tenente Tancredo Burlamaqui. É um trabalho notável para a época (1890), e no qual se faz inteligente apelo para um maior desenvolvimento qualitativo da meteorologia. Pede a expansão da rede climatológica, naturalmente, mas lembra, também, a criação de outras atividades, já há muito exploradas no estrangeiro.
O apelo não foi atendido, mas o Serviço da Marinha, anos depois, com a administração de Americo Silvado, faz corajosa tentativa no sentido da previsão de tempo, baseada em cartas isobáricas. É igualmente iniciado o serviço de observações meteorológicas nos navios de guerra.
Nessa quadra se estabelece a áspera rivalidade entre o Observatório Nacional e o Serviço Meteorológico da Marinha, expressa na memorável quanto violenta polêmica Morize Silvado. De certa maneira, essa rixa foi um benefício para a meteorologia brasileira. O Instituto da Marinha, graças ao entusiasmo, à energia e à dedicação de Americo Silvado, se tornou uma boa escola de observadores meticulosos e, mal ou bem, foi nela que começou a ser introduzida no país a disciplina internacional, consagrada pelos Congressos europeus de meteorologistas. Por seu lado o Observatório cria o Boletim onde, dia a dia, aumenta o registro das principais séries climatológicas do país. E nesse centro tradicional de cultura científica, perlustrado por Liais e Cruls, autores de memórias valiosas no campo da meteorologia, emerge a figura eminente de Henrique Morize, cultor da física e da geofísica, e por isso mesmo brilhante