Meteorologia Brasileira

continuador da obra de seus predecessores. Espírito largo e afeito às generalizações, já em 1891 produzia o primeiro esboço climatológico do país, trabalho que, anos depois, Draenert procurou completar e sistematizar (7 e 8).

Cumpre assinalar uma outra tentativa de expansão, levada a efeito pelo serviço meteorológico de São Paulo, nas mãos de Belfort Mattos, esforçado herdeiro da obra tenaz e progressista de Loefgren e Schneider. Essa expansão se verificou também na implantação de um serviço de previsão de tempo, baseado em cartas isobáricas.

Em 1909, arrimado no seu próprio talento, no prestígio dos politécnicos e do antigo Observatório, Morize logra do Governo a criação da primeira organização meteorológica nacional, absorvendo, consequentemente, as redes da Marinha e do Telégrafo Nacional. O programa do novo Instituto, aliás atado este à Astronomia, devido às circunstâncias de seu nascimento, embora majorado com relação ao das pequenas organizações que encampara, ainda era inferior ao do plano Burlamaqui. Além da climatologia, incluíra a previsão de tempo e uma variante do serviço hidrométrico, que melhor ficaria com a denominação simples de "pluviométrico". Nada mais.

Antes de iniciarmos o nosso resumo histórico, da importante data acima assinalada até a atualidade, aconselhamos ao leitor interessado nos pródromos da meteorologia brasileira, como fonte complementar ao valioso trabalho de Delgado de Carvalho, a bibliografia de Tancredo Paiva, calcada em grande parte na Coletânea análoga de Margaret Welch, do Weather Bureau americano, abrangendo toda a América do Sul, a qual, por sua vez, tornou possível a excelente bibliografia argentina de Enrique Sparn (9).

O avanço do Serviço Meteorológico Argentino foi bem mais rápido que o revelado pelas organizações fracionadas do Brasil. Unificado em 1872, alforriado da Astronomia em 1885, pôde o mesmo iniciar, já em 1902, com regularidade

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