e a prática rotineira dos serviços ordinários. Esta última quase sempre é parcial, porque os funcionários se especializam e se valorizam pela estabilidade. A leitura, por si, nem para todos dispensa o explicador. Acresce que essa questão de ensino, feito nos Institutos Meteorológicos, assume aspecto muito importante, quando nos lembramos que aos concursos oficiais não podem afluir os candidatos estranhos, porque não têm eles onde aprender as matérias versadas. Pelo menos essa é a situação ab initio. Parecerá uma injustiça aos técnicos da casa, ensinar os de fora para com aqueles concorrer. Mas é um ato de justiça para com o Instituto — que não pode ficar a mercê de número limitado de serventuários, garantido duplamente, pela ausência de combatentes externos e pelo irreprimível espírito de camaradagem da banca examinadora. Ainda recentemente vimos, algures, ótima fotografia, tirada por Theodoro Ramos, desses concursos intramuros, pelos quais a meia-cultura (na melhor hipótese), se vai guindando suavemente, do traquete ao sobre de proa, amparada nos estais invisíveis do coleguismo. No fim, sempre velame frágil. Não vemos porque temer a prova ampla, se os técnicos de casa já têm a seu favor a muito maior familiaridade prática com sua ciência e aquela imponderável advocatura...

Afora os casos de promoção, uma organização científica como o Instituto Meteorológico deveria ter, no mínimo, três concursos de acesso, facultados a quaisquer candidatos — para o cargo técnico mais baixo, para o cargo a meio caminho da carreira e, o último, para o cargo de meteorologista de 2ª classe. Realizadas com rigor e dificultada, o quanto possível, a última etapa, o Instituto se resguardaria contra a incompetência, a incapacidade e a meia-ciência. Não cuidamos aqui de outros concursos especiais para calculistas, pessoal burocrático, etc.; limitamo-nos aos meteorologistas.

Cumpre sejam estabelecidos, portanto, segundo a nossa ideia, três cursos de preparação para os torneios de acesso,