científicas, em se considerando a natureza essencialmente científica da comunidade em questão. Seria altamente perigosa a mescla nos torneios de apuração, ainda que exequível fosse essa mescla. O principal é a ciência. Administração sem ela, é o mesmo que correr trens vazios. Acresce que é mais fácil improvisar a arte de dirigir, fiscalizar, coordenar, do que fazer brotar a ciência de um cérebro desprovido, inculto. Falamos em tese. Não incluímos casos extremos como o de entregar a direção de um Instituto Meteorológico àquela espécie de mentalidade que passa toda a existência escravizada ao estudo de dadas variedades de dada espécie de borboletas...

Nos concursos, o que deve prevalecer é a habilitação comprovada do candidato, seja ele um titulado ou não. É um grave erro a tendência "imponderável" das bancas examinadoras, para facilitar senão proteger o acesso aos concorrentes "formados". Erro e injustiça. Erro e injustiça inúteis, ou mesmo maléficos. O Instituto Meteorológico não precisa de engenheiros, advogados e médicos; precisa de meteorologistas. Pode ser mais fácil transformar-se um engenheiro num meteorologista, mas isto provarão o concurso, e a carreira na Repartição, e não o título do profissional. O engenheiro recebe instrução matemática e de física, mas quantos, no nosso meio, aproveitam de fato essa instrução e a guardam quando procuram o emprego público? Se não fosse a conhecida hiperprodução de diplomados no Brasil, quase diríamos mau indício esse refúgio ao emprego público por parte de profissionais inaproveitados onde deveriam sê-lo. A meteorologia é a carreira para todos que tiverem a instrução básica suficiente e a vocação científica. Os que entrarem pelo primeiro pórtico, poderão, pelo trabalho e pelo estudo, vencer as duas barreiras mais além, sem nenhum talismã em tubo de zinco ou joia no dedo, mormente, hoje, que bem conhecemos o justo valor desses vãos acessórios. De mais a mais, pássaro diplomado de real valor, pousa — não faz ninho na galharia meteorológica. Aguarda a passagem