Esta ligação política é meramente artificial e portanto precária e sem consistência, ao passo que as divergências de situação entre S. Paulo e os demais grupos humanos sul-americanos, são de natureza irremovível, são implacavelmente indeclináveis, não dependem da vontade dos agentes humanos.
Eu estribo estas disparidades em motivos de ordem geográfica. Estes, a meu ver, são a causa primeira de todos os fenômenos que se vem desenrolando cinematicamente no nosso cenário. É preciso sabê-los compreender. Eles não estão estribados em ocos sentimentalismos, por mais fortes que sejam os motivos de existência. Bastará um simples raciocínio para que sejam vislumbrados motivos científicos. Querer contrariá-los é o mesmo que querer colher água em cesto; é querer agir contra a natureza.
Veja-se, por exemplo, o Império Britânico. Seus componentes podem, porventura, desejar uma organização política unitária? Isso seria muito mais bonito. Mas não tem sido possível aos estadistas ingleses impedir que a marcha descêntrica persista, cada dia mais acentuadamente demonstrando que no Império Britânico, a verdadeira associação de nações britânicas, commonwealth como é chamada a organização britânica, vem marchando do homogêneo para o heterogêneo. A princípio o mundo inglês era uniforme em torno das ilhas britânicas. Mais tarde, na proporção em que os ambientes geográficos díspares atuavam nos homens diversamente espalhados pela sua imensidão, cada grupo humano, a princípio semelhante ao inglês foi adquirindo características próprias e diferentes umas das outras, em conformidade com as pressões geográficas. Consequência disso era que a organização britânica tinha que se ir adaptando a esses fatos,