Entre nós, as tendências socializantes mais moderadas, mais utópicas, se confundem e são arrastadas involuntariamente no meio da brutalidade sanguinária dos processos soviéticos, como vimos nas quarteladas de novembro de 1935.

E intelectuais reformistas, e políticos evolucionistas, democratas e liberais da esquerda, raça detestada e oprimida pelos comunistas revolucionários, não encontrando eco compreensivo para as suas ideias, ficam envolvidos nos tentáculos da violência e sofrem a sorte dos energúmenos, partidários dos processos negativos da construção pela destruição e pelo terror.

Da mesma maneira, a reação, supostamente democrática, que se exerce contra esses excessos, deriva, irresistivelmente, para o espírito policial, para o terreno ditatorial antidemocrático, com o seu cortejo de excessos igualmente sem justificativa.

Entre os dois polos contrastantes, o esforço desapaixonado da inteligência perde o estímulo e a significação. Toda a verdade passa a ser política, toda a investigação orientada para um fim predeterminado. O que importa, também, antecipadamente, no seu fracasso irremissível.