sempre, a elaboração espontânea, que é fenômeno cultural, precede, logicamente, a adaptação interessada, que é fenômeno social e secundário no tempo. Sufocar a primeira por causa dos erros, desacertos e insucessos da segunda, eis um inepto e impossível esforço.
Inepto, porque não existe nexo de causalidade necessária e invariável entre o processo de criação e o de adaptação. Este, quando fracassado, criminoso ou inútil, foi, apenas, uma aplicação errada de uma aquisição certa.
E a existência do erro consequente não prova que fosse inexata a afirmação preliminar donde ele se gerou. Apenas demonstra que o processo lógico da sua adaptação à verdade posterior transformando-a em mentira ou em ilusão, foi viciado por interesses ou incompreensões.
Além de inepto, o esforço é impossível, porque, sendo todo o fenômeno cultural uma simples transposição para o plano da inteligência, ou melhor, da consciência, de um valor vital, a sua supressão significa um contrariamento das leis biológicas, que não pode ser conseguido.
Por consequência seja-me permitido, antes de entrar na dissertação que me propus, declarar