panorama geral da nossa formação nacional, constitui uma norma lógica de trabalho, uma direção acertada da inteligência, que não pode conduzir a resultados errôneos.
Assim, de um lado, graças ao esforço dos iniciadores estrangeiros, dominamos os caminhos de penetração que podem conduzir ao núcleo da nossa realidade, e conseguimos obter os instrumentos com que nos é dado trabalhar, transformar, vivificar o grande material que aí se encontra.
De outro lado, estamos na posse de grande cópia desse material, e a nova geração de historiadores brasileiros se encontra dentro de um vasto campo de elementos culturais, históricos e sociológicos, que foi apenas aflorado pelos estudiosos que a precederam, e, assim mesmo, aflorado num espírito de romantismo ingênuo, ou, no máximo, no propósito estreito de uma narrativa linear, horizontal, superficial, de fatos concretos e objetivos.
É assim que a História do Brasil, mesmo nas obras dos maiores especialistas nossos, não tem sido entendida senão como a investigação, minuciosa e fatigante, de episódios de superestrutura.