Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

A sua admirável erudição põe-se de manifesto a cada passo, ao estudar as questões que lhe interessassem de momento.

Quanto aos sentimentos escravocratas, de que lhe fazem carga, aceitou, é verdade, o instituto do cativeiro dos africanos, empolgado pelas convicções generalizadas dos contemporâneos, com as quais não rompeu.

Mas, em compensação, de quanta piedade humana se embebem os seus ensaios, ao profligar os abusos de que eram vítima os índios, que a legislação protegia, mas a realidade condenava a trabalho forçado, quando não ao extermínio!

Procurou conhecer-lhes as particularidades do viver selvagem, e com tanta simpatia, que lhes estudou o bronco linguajar, ao qual se recorre oportunamente.

Desprovida de artificialismos, tão em moda, a sua linguagem deu foros de cidade a brasileirismos sem conta, que Valle Cabral pretendia recensear, esmando-os em mais de dez mil.

Não se realizou, que nos conste, o projeto anunciado pelo douto bibliográfo nos Annaes da B. N. (1876), mas incontestável é que proporcionariam os escritos de Alexandre Ferreira colheita opima aos forrageadores de locuções e vocábulos de cunho brasileiro.

Quem tanto se consagrou abnegadamente ao melhor conhecimento do Brasil, bem merecia ter a memória aureolada de homenagens condignas. Entretanto, além da justiceira iniciativa de Freire Allemão, que lhe insculpiu o nome esquecido no gênero de plantas Ferreirea, consoante comunicou a E.Goeldi o Dr. Paubert, então diretor do Real Museu Botânico de Berlim, raras são as manifestações enaltecedoras da memória do sábio inditoso.(131) Nota do Autor

Apenas, o Museu Nacional instituiu, em 1929, por deliberação dos seus professores, o prêmio "Alexandre

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