Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

mais prático da América do Sul." Substitua-se Rio da Prata pela Amazônia, Azára por Alexandre Ferreira e continuará ainda verdadeiro o conceito elogioso. Com vexatória restrição, porém.

Azára teve a satisfatória recompensa de ver as suas obras impressas em Paris, ao tempo em que lá estava, de regresso, Humboldt, ao passo que o mal-aventurado viajante baiano, operosíssimo em suas indagações, que espalhou por dezenas de ensaios preciosos, finou-se desesperançado de obter-lhes a impressão, e decorrido quase século e meio após a sua peregrinação científica, ainda permanece inédito. (129) Nota do Autor

Raros lhe terão manuseado as principais monografias,(130) Nota do Autor em que enfeixou sugestões acerca da geografia botânica, da influência do habitat sobre o homem, da indolência tropical, da necessidade imperiosa de metodizar os trabalhos agrícolas e navegação indispensável à conquista verdadeira da terra.

Avulta, feito sagaz antropogeográfo, antes de sistematizada a antropogeografia.

Certo, não se apresilhava aos preceitos da arte da composição.

Os escritos, em geral, transbordavam da calha, em que se lhes moldou o título, tamanha era a opulência das ideias, que lhe explodiam da mente fecunda.

Ninguém irá, sem dúvida, orientar-se na atualidade pelas doutrinas e classificações, que, aceitáveis, talvez, naquela época, perderam depois o seu prestígio.

Mas, valiosas observações, que ousou exprimir, ainda hoje serão acolhidas com vantagem.

O próprio excesso de minúcias, que derramou pelo seu Diario de Viagem, um dos raros escritos que vieram a lume, e ainda assim, às prestações, em revista periódica, vale como exato painel debuxado por miniaturista sagaz.

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