para suprir a carência de especialistas portugueses, que não encontrariam meios de progredir nas pesquisas, porventura tentadas por gosto próprio, valeu-se Pombal da colaboração de outros países, por onde peregrinara, quando representava Portugal entre povos estranhos.
De Pádua, requisitou Domingos Vandelli, que trouxe consigo as suas Coleções doadas ao Museu de Históoria Natural, cujas disciplinas professava, cumulativamente com a cadeira de Química, de que organizou o respectivo laboratório.
Era piemontês Miguel Antonio Ciera, professor de Astronomia, que já trabalhara anteriormente, a serviço da coroa lusitana, em operações demarcadoras de lindeiras americanas e dirigira os estudos do Colégio dos Nobres, desde 1756. A Miguel Franzini, veneziano, caberia o ensino da álgebra, enquanto não lhe fosse a competência de matemático solicitada em outras aplicações, e a João Antonio Dolabella, o de Física Experimental.
Simão Gould e Luiz Cichi destinavam-se a cadeiras de curso médico, em que também ingressaram nomes portugueses: José Corrêa Picanço, José Francisco Leal, além de outros muitos, nomeados pelo famoso ministro, a quem o Rei outorgara, a 28 de agosto de 72, o título de "Reformador e Visitador de Universidade". O corpo docente passara, como os estatutos, por geral renovação, que facilitaria a execução do plano pedagógico, tendente a aproximar da realidade a atuação universitária, consoante Ribeiro Sanches ideara.(5) Nota do Autor Poder-se-ia facilmente imaginar o benéfico influxo, na mocidade estudiosa, da reforma pombalina, que transformou, de alto a baixo, a instituição anacrônica, e lhe afeiçoou o funcionamento ao dos melhores modelos científicos.
Alexandre Rodrigues Ferreira, entre os primeiros, sentiu-se aguilhoado pela ânsia de ouvir os estranhos