e lhe deram à atividade bases científicas suficientemente aptas a suportar, com vantagem, a discussão, que avultou sobremaneira, em torno da remodelação universitária.
A Ribeiro Sanches, em particular, caberia preponderante papel na sugestão de novos moldes intelectuais, que se ofereceriam à mocidade lusitana, a cujos benefícios consagrou as suas melhores monografias.
Médico sequioso de aprofundar conhecimentos profissionais, cedo percebeu as insuficiências do saber que lhe poderia ministrar o velho estabelecimento coimbrense.
Como estudante insaciável, frequentou outros centros de cultura em Salamanca, Paris, Leyde, onde se embebeu de ensinamentos, que então constituíam a ciência mais avançada.
Ouviu de perto a Boerhaave, que lhe daria firmes diretrizes para o exercício da medicina, em cujo serviço percorreu vários países europeus, a Rússia inclusive.
Meditara longamente acerca da matéria, que se propôs a esclarecer em memórias construtivas, guiadoras da modificação inadiável.
Quando Pombal, absoluto em seu domínio governativo, encarou o problema da reforma universitária, nenhum conselheiro mais ponderado e culto se lhe deparou, acima de Sanches, que lhe traçou as linhas mestras da organização indispensável à eficiência do ensino científico, desde o Colégio dos Nobres, até a Universidade, que se transplantara para Coimbra em 1537. As suas ideias espelharam-se não somente na estrutura geral dos vários cursos, mas ainda na criação de instituições complementares, que permitissem a observação direta dos fenômenos da natureza, outrora citados por interminável repetição livresca.(4) Nota do Autor
Entre outras, figurava a referente ao Gabinete de História Natural dos Três Reinos, para o qual foram destinados escolhidos salões de amplo edifício. Simultaneamente