Alexandre Rodrigues Ferreira. Vida e obra do grande naturalista brasileiro

muitas desordens." Posto se lhe avantajasse a chefia, assimilada a comando militar, minguadamente belicoso lhe era o gênio, que tratara, de preferência, de evitar, no artigo 1°, qualquer causa de dissídio. Em seguida, prescreveu que o trabalho deveria ter princípio com a viagem, no próprio dia de embarque, por meio da pesca adequada, cujos produtos seriam imediatamente preparados, de acordo com a técnica taxidermista recomendada pelo primeiro lente de filosofia.

Do artigo 5, rompe uma confissão, apresilhada aos estatutos, que expõe, à luz meridiana, a integral identificação do naturalista com a sua missão.

"É preciso ser um homem mui preguiçoso para ousar dizer que é trabalho o que fica ponderado nos artigos 2,3,4 (referentes à apanha de peixes), quem uma vez tomou o gosto ao estudo da natureza, chamá-lo-á divertimento."

Esta é a atitude que Ferreira conservará, durante a sua demorada expedição, de incansável enamorado pela natureza, cujos segredos forcejava por devassar, descuidado dos seus interesses e até da própria vida.

Considera, em seguida, a travessia, esmada em dois meses, no decurso da qual teriam ensejo de praticar na pilotagem, e ao ultimá-la, gozariam o necessário repouso acondicionado ao regímen que prescreveu.

Para evitar possíveis danos e perdas inúteis de tempo, urgia reduzir ao mínimo a permanência nas vilas e cidades e evitar excessivas excursões a Cythera.

Não seria ele que anuísse em estanciar, com os seus comandados, em alguma derreante Capua tropical.

Previstos os escolhos principais, que os expedicionários enfrentariam, entra, no artigo 11, a minudenciar o método de trabalho que adotaria; "um naturalista que pretende viajar com proveito seu, e de quem o manda, a maior parte do caminho anda a pé; sobrevindo agora o excessivo calor, que principia das dez horas da manhã,

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