A ordem privada e a organização nacional – Contribuição à sociologia política brasileira

fronteiras de autonomia da organização municipal.

Mas, a unidade e integração do processo político não tem à sua frente tamanhos tropeços, tão somente.

Ninguém poderia mais atormentar, desviar e impedir a formação do Estado português, naquele curso normal que outras nacionalidades seguiram, do que a Igreja. A Igreja foi sempre em Portugal, nos limites territoriais de sua soberania nacional, um poder concorrente e, por vezes, durante séculos, em épocas e tempos alternados, um poder superposto ao político. A autoridade e o prestígio, temporal que lhe vêm da Idade Média a Igreja prolonga e continua em Portugal até a Idade Moderna e contemporânea.

É preciso não esquecer que D. Afonso Henriques conquista a independência política de Portugal, para empenhá-la à Santa Sé, de que Portugal ficou instituído feudo.

Suserano de Portugal, era o Papa, apesar de seus Reis nacionais, quem o governava, durante séculos.

Arcebispos e Bispos, e todo o clero, enfim, constituíam a casta política dominante do país.

Ocupavam os conselhos dos Reis, detinham os melhores e mais importantes cargos de governo e da administração.

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