A ordem privada e a organização nacional – Contribuição à sociologia política brasileira

"Toda esta grande massa, diz Coelho da Rocha, à p. 56 do livro já citado, obedecia menos ao monarca do que ao Sumo Pontífice, o qual, em virtude do duplicado poder de Vigário de Cristo e Suserano de Portugal avocava a si, ou diretamente, ou pelos seus legados, o conhecimento de todos os negócios graves. O Clero, imbuído das mesmas ideias, não só apoiava as decisões de Roma, mas afetava tratar os Reis com tal superioridade que chegava a contestar-lhes as prerrogativas reais".

Na famosa luta com o Arcebispo de Braga - colhe-se a referência nesse mesmo autor - D. Afonso IV foi insultado pelo papa Honorio III que o ameaçou de interditar todo o reino, além de desobrigar os povos de juramento de fidelidade ao Rei e mandar outros príncipes despojarem-no dos seus estados. (p. 60)

A Santa Sé chegou a destronar, sem protestos do povo, um rei de Portugal. Dir-se-ia, porém, que tais fatos, ainda que excepcionais, eram explicáveis na Idade Média.

A Igreja, contudo, ia reviver no século XVI, sem antes tê-lo perdido de todo, o seu prestígio do século XIII.

Confirmado o Concílio de Trento em 1565, Pio IV mandou que se o observasse. Muitas nações

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