Rumos e Perspectivas

mar morto, de verão a verão, mais diminuídas ou mais refertas, trata-se de um rio de planície, vago e insidioso, fazendo na zona tórrida o Pantanal, criando as pragas e os morbos paludosos.

Para o observador de ontem, como para o de hoje, o grande rio pátrio não enganou ao viandante, fosse caçador de índios, cosmógrafo, colhedor de seringa ou regatão. À direita e à esquerda, no cenário edênico de que Martius nos deixou uma visão deliciosa, conta o rio a sua própria história, resumido o fácies e revelados a estrutura e o regime no passar da linfa. Tomemos o mapa de Abbeville, o de Coronelli, o de Fritz ou o de Del'Isle, e a comparação é ilustrativa. Compulsemos com as velhas projeções a carta do Comodore Tomaz Selfridge ou outra mais moderna. Que vemos? A foz quase tocando a linha equinocial e dilaceradas as terras no embate refluente das pororocas e vertiginoso das corredeiras, e, todo o rio, em direção geral, não longe do que é na realidade. O Madeira e o Japurá tinham em 1675 os mesmos nomes e as mesmas situações que lhes achou Costa Azevedo. A longa extensão do Amazonas foi um dos elementos para o seu conhecimento imediato. Na demora de atravessá-lo, os transeuntes tinham tempo de lhe notar os pormenores