Rumos e Perspectivas

e de lhe abraçar o conjunto imenso. A época das vasantes, a elevação das margens, a natureza da vegetação, o número de ilhas, os centros de vivenda, tudo lhes prenderia a atenção na longura dos pontos a alcançar, no vagar da navegação, aguardando vento ou o desabrimento dos temporais.

Poucos enganos seriam possíveis. A boca dos rios é um pouco da sua configuração longitudinal; a medida da largura dá-lhe a importância do curso; a da profundidade, o volume das águas; indicam a extensão e naturalmente a riqueza dos afluentes, a cor e o movimento do líquido; e os destroços que descem flutuando também definem a natureza das terras e a da vegetação marginal, raspadas nas erosões possíveis do leito e ao longo dos taludes em que desliza a corrente. João de la Cosa, em 1500, inscrevia diante da projeção das bocas do Amazonas a sua nota explicativa: \"Mas alta la mar que la tierra.\" A impressão do nauta espanhol traçava a carta hipsométrica da bacia, a qual não andava longe da verdade.

O Amazonas reparte quase ao meio a zona do quaternário, do terciário e do arqueano em que se aprofunda. É mais a mediana do vale que o paralelo à linha equinocial, inventado por Elisé Reclus. Três acidentes o caracterizam na