Rumos e Perspectivas

e da camada de seixos gresosos e de quartzo rolados, jaziam os pedregulhos sem ganga, entremeados dos preciosos cristais de carbono, depositados pela água, em não longínqua inundação no vale, sobre as piçarras de grés vermelho. O ouro em começo, mais tarde o diamante e a navegação pelo Tapajós, por onde subia o guaraná de Maués, deram-lhe a cauda e roda inquieta de arraiais, que pouco a pouco foram fenecendo, pois viviam do brilho das pedras e do metal, tornados vasqueiros nas bateias e cascalhos, febrilmente espiolhados pelos negros mineradores. Verdadeiras criaturas pródigas, de pulmões brocados — imagem dessas terras opulentas, escavadas nas catas e que já mal respiram na solidão...

Apontando para noroeste do observatório pireneico, apresenta-se em cheio o Araguaia, abraçado à imensa ilha do Bananal, e celebrado nas tentativas de colonização e navegação a vapor por parte de Couto de Magalhães, com o regime dos mais variáveis, em quase mil quilômetros de navegabilidade, pelo meio dos "travessões" e da pausada que o enguiça. Entre a serra do Roncador e a serra Azul lacrimejam as nascentes do Xingu, o rio imponente e fervido de cachoeiras que o príncipe Adalberto da Prússia e von Steine perlustraram, agachados nas ubás dos jurunas e bacaeris.