Rumos e Perspectivas

são loucuras inofensivas e absolutamente passageiras." O destino brincava, como se vê, com a sua vítima, fazendo-a sorrir, ao desgarrá-la do caminho mais seguro e garantido que se lhe oferecia, criando um intervalo com o oceano e remediando um abismo com outro...

Sofreria muito o mestre dileto. Acusaria ele as estrelas do seu fadario e as cambaxirras do seu beiral. Não entraria a lógica nos desvairamentos de acerbo, sobrando-lhe razões para que se gerassem os descompassos e absurdos... Nem sempre fora assim, mutilado e vencido, cheio de fel e roído na febre minaz de um desgosto, que nunca ousou definir a ninguém, tomando ao pé da letra a lição de moralistas, que impõem reserva aos grandes e verdadeiros pesares do coração humano.

Em 1905 escrevia-nos ele de Manaus, às dez e meia da noite de 20 de março: "A nossa partida está próxima. Chegaram ontem as instruções — e desde que se realize a reunião dos comissários iremos rumo feito para o desconhecido. A minha frota: duas lanchas (uma ainda problemática), um batelão e seis canoas — flutua triunfalmente no extremo do igarapé de São Raimundo —, e teve ontem o batismo de uma tempestade. Nunca imaginei que este rio morto escondesse, traiçoeiramente,