História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

O beato fizera copioso proselitismo. Como o padre Cícero, era curandeiro e apóstolo. Missionava e medicava. Substituía a autoridade, na solução dos litígios sertanejos, e disseminava a fé através dos caminhos silenciosos, que as obras da linha férrea da Noroeste encheram subitamente de vida e rumor. Morrendo ele, tomara a direção dos fanáticos José Maria Agostinho, em 1911 expulso, com centenas de "discípulos", dos arredores de Curitibanos para a propícia região "contestada", entre Paraná e Santa Catarina. A penetração da estrada de ferro transtornara os hábitos do povo simples e a questão dos limites interestaduais facilitou e agravou a luta(261). Nota do Autor Onde não há um policiamento respeitável, e contendem, rivais,(262) Nota do Autor os poderes que deviam assegurar a tranquilidade pública, ressaltam, indomáveis, as energias dissolventes. José Maria apoderou-se do sertão que os catarinenses disputavam aos paranaenses, e estes àqueles. Em 1912, perseguidos por um contingente policial do Paraná, os fanáticos reagiram com ferocidade: foi a guerra. A manhosa política municipal entrou em cena. Valeu-se decerto dos "caboclos" como de um instrumento de choque, para complicar um problema na sua origem simples e removível. Tornou-o imenso o revés do Regimento de Segurança do Paraná nos campos do Irani. Entrou em ação uma arma ainda não experimentada nas lutas internas:

História social do Brasil: a época republicana - Tomo III - Página 287 - Thumb Visualização
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