História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

não continuava Hermes, de outro lado dava a Ruy Barbosa uma tribuna, mais audível que a do Senado, para falar a um continente inteiro. Ele pregou a guerra, com a eloquência sem meios-termos de suas campanhas idealistas: proferiu o primeiro, formidável discurso reclamando a intervenção americana na guerra, em Buenos Aires, na Faculdade de Direito, em 14 de julho.

O Brasil no conflito

A conferência sobre "o dever dos neutros" soou como um toque de clarim. Valia como uma declaração tonitruante contra a Alemanha, convite solene ao rompimento, intimação intelectual dos latinos d'aquém-mar a uma atitude resoluta... Ruy, porém, era embaixador. O sr. Bouilloux-Lafont mandou para Paris, pelo telégrafo, na íntegra, o texto da conferência. "L'entrée de l'Amérique dans la guerre!" - apregoaram, nesse dia, os "jornaleiros" parisienses(271). Nota do Autor O ministro do exterior, Lauro Muller, de família alemã, dado como germanófilo, não podia gostar do discurso: mas no Congresso de Washington foi apontado como a iniciativa continental duma luta franca, pela civilização.

Um homem só, com a imensa responsabilidade de suas ideias, podia, àquele tempo, retirar uma vasta região do globo de sua inércia alarmada. Deslocou a pedra.

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