História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

Logo se formou, no Brasil, pujante, o partido em prol dos aliados. Foi incansável a diplomacia destes, em soprar, com a sua publicidade, a fogueira que nos encandecia a alma racial. Um pretexto bastaria, para a explosão; mesmo sem pretexto algum foi inevitável, após a entrada dos Estados Unidos na guerra. A mensagem de Wilson ao Congresso, propondo a declaração de guerra aos Impérios Centrais, é de 2 de abril de 1917. O Brasil declarou suspensa a neutralidade em relação aos Estados Unidos, atendendo à mensagem de Wencesláo Braz, de 21 de maio. Quebrara Wilson a tradição abstencionista de seu país em face da guerra submarina sem respeito pela bandeira neutral. Idêntico motivo desvaneceu os escrúpulos pacifistas de nosso governo. Quando foi torpedeado o terceiro vapor brasileiro, (as relações diplomáticas com a Alemanha tinham sido interrompidas desde o primeiro caso) ouvindo o clamor público, que exigia a guerra, não esperou mais. Lauro Muller deixara a chancelaria, substituído por Nilo Peçanha. A população era cada vez mais aliadófila. A destruição de navios brasileiros em águas europeias valia como um reiterado ato de hostilidade. Em 25 de outubro dirigiu-se o Presidente ao Congresso Nacional comunicando o torpedeamento do vapor "Macau", cujo comandante fora aprisionado, e pedindo o reconhecimento do "estado de guerra que nos é imposto pela Alemanha"(272). Nota do Autor A lei de declaração da guerra foi assinada no dia seguinte.

História social do Brasil: a época republicana - Tomo III - Página 299 - Thumb Visualização
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