História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

anos antes. O senador Antonio Azeredo, seu sucessor na chefia da Câmara Alta e na situação eventual de diretor da política fora dos quadros administrativos, não tinha a autoridade substancial de Pinheiro. O morro da Graça sumira-se, num turbilhão de fatos novos. As forças partidárias dependiam agora das posições oficiais, e só o inesperado poderia alterar os definitivos desígnios de dous ou três estadistas amigos. O inesperado foi a morte.

Em 15 de novembro Rodrigues Alves, de saúde combalida, não pôde empossar-se. A sua idade avançada fazia temer a breve acefalia do governo. Faleceu o Presidente - cheio de serviços à nação - em 18 de janeiro de 1918. Habitava o Catete, inadaptado às funções, surpreendido por elas sem a necessária prática de encargos tão graves, o sr. Delfim Moreira. Quem preencheria a vaga? S. Paulo havia de pleiteá-la para seu governador, Altino Arantes, político da geração nova, ilustre, porém ainda pouco conhecido, por isso mesmo recusado por seu colega mineiro, que também não tivera tempo de encanecer nos postos de governo: o sr. Artur Bernardes. O Rio Grande do Sul aproveitava-se do ensejo para "vetar", a ambos... O secretário do interior de Minas era Raul Soares. Dotado de inteligência límpida, culta e enérgica, podia incluir-se entre os leaders do Brasil a este tempo, pelas qualidades valorosas a que não faltavam tato e espírito público. Foi o mensageiro do sr. Bernardes para observar no Rio de Janeiro o problema delicado. Se Minas rompia momentaneamente o seu acordo com S. Paulo, o candidato devera vir de outro estado.

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