História social do Brasil: a época republicana - Tomo III

sem trabalho, como um prêmio automático, dado ao valor... S. Paulo e Minas, com o Sr. Azeredo como presidente da "coordenação", patrocinaram o convênio em que foi declarado candidato o embaixador. Convenção Nacional, análoga às anteriores... - exprobrou Ruy, que não quis recuar da campanha em que os próprios acontecimentos já o tinham enredado. Candidato oposicionista mesmo sem os fatores de êxito de 1909, condenado a idênticas decepções num pleito sem as ressonâncias daquele, frisou o velho paladino a sua coerência, indo até o fim, na luta sem esperanças, e na pregação sem fadigas. Viajou, para proferir discursos soberbos. Completara, no ano precedente, o seu jubileu intelectual. Podia alhear-se das contendas, para o descanso de uma velhice trabalhada por incandescentes inspirações liberais: mas não hesitou. Vencido nas urnas, como se sabia, continuou, irredutível, na resistência. A hora era do sr. Epitácio.

Alguma cousa de estranho, perturbador e imprevisto acabava de acontecer. Evitando o orador, que flagelava as oligarquias, os governadores tinham sagrado um presidente fora de seu grupo, pertencente a um estado do norte sem comunidade de interesses econômicos com S. Paulo, Minas, o Rio Grande, demais disso, homem de vontade, sem compromissos de ideias e sem clientela eleitoral, indiferente, portanto, aos ritmos e às concordâncias de que, até aí, se fizera a política republicana.

O bem e o mal, imputados ao "epitacismo", não podem separar-se da posição isolada em que se conservou. Foi um governo forte, civilista, de linhas nítidas, sem as

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