Enamorou-se das águas que, remansadas em Lagos, esplêndido ancoradouro de suas galés, estrugiam sob as pedras do seu promontório de S. Vicente, espécie de dedo de Portugal a indicar o caminho da Guiné... O malogro de Tanger curou-o - imaginamos - do gosto dos combates; passou a ser o empresário dos descobrimentos, seu sonho, sua mania e sua glória.
PREFÁCIO DA AMÉRICA
Primeiramente são barcos costeiros, do tipo genovês ou ibérico que aparece na expedição de Ceuta, que envia para o ocidente, onde franceses e castelhanos tinham achado as Canárias. Três anos após a conquista de Ceuta, descobriram as ilhas de Porto Santo e da Madeira. Como se o Atlântico nada de melhor oferecesse naqueles rumos, trata de aperfeiçoar os seus navios e encarreirá-los para o litoral africano, com o duplo propósito de experimentar a terra, hostilizando-a onde houvesse a moirisma, e de emendar os mapas, que abaixo de Marrocos não assinalavam senão conjunturas e palpites.
É o "périplo africano" que começa.
Surge concomitantemente a caravela portuguesa, como embarcação própria para as viagens demoradas e cheias de surpresas. "Sendo as caravelas de Portugal os melhores navios de vela que andam sobre os mares", testemunha o veneziano Cadamosto, valiam por uma certeza de êxito.(1). Nota do Autor Adaptara-se à navegação larga o barco tradicional, sem lhe levantar demasiadamente os rebordos, e aparelhado com velas latinas de manejo rápido(2). Nota do Autor Em seguida, mais fortes, bem pregueadas