História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600)

e arqueadas, as caravelas receberiam artilharia, aprovisionamento arrumado nos porões, material náutico em abundância, até se tornarem o navio ideal para a travessia oceânica, naqueles tempos. A sua superioridade, em comparação com os do Mediterrâneo e do mar do Norte, assim em velocidade como em robustez e segurança, constituiu logo um dos fatores de triunfo para os pilotos lusos. Mas não bastava o lenho; foi preciso formar a geração dos navegadores, mestres que, por sua vez, espalharam a sua experiência por toda a Europa.

Transposto o cabo Bojador em 1434, os marinheiros de D. Enrique alcançam o Rio de Oro em 36. Outra tentativa de penetrar a fundo o Atlântico lhe dá o arquipélago dos Açores, em 46, e o prosseguimento do "périplo" incorpora às suas conquistas o Senegal, em 55. À morte do Infante, em 1460, as suas caravelas chegam à linha equatorial, possivelmente a atravessam, beirando já a Guiné...

Faleceu o inspirador das descobertas sem ter concluído as suas empresas: a ligação marítima com o império do Preste João, ou do gran-khan de que fala Marco Polo; a completa revisão da geografia de Ptolomeu. É certo que a Guiné não lhe bastara. Pensava na Índia, queria a Índia...(1) Nota do Autor Não importa: deixou indicados os itinerários, abertas as portas, inaugurada a época das viagens sem receio de ilusórios obstáculos nem de lendas, que faziam inviolável o oceano. Criou, mais do que o movimento descobridor, a ciência náutica. Sistematizou-a na prática, realizando, concebendo, ajustando; não foi somente o armador dos navios que anexaram a Portugal as suas primeiras

História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600) - Página 26 - Thumb Visualização
Formato
Texto