colônias atlânticas; foi também o organizador dos conhecimentos que permitiram as expedições de Gama e Cabral.
Juntou D. Enrique homens experimentados de vários países, notadamente físicos e astrônomos judeus, catalães, malhorquinos, italianos, cujas lições ouviu com avidez. O maior de seus colaboradores chamou-se Jácome de Maiorca, filho de Abraão Cresques, a quem se atribui a famosa carta catalã de 1375. Entre 1420 e 27 serviu ao Infante(1). Nota do Autor
Atraiu estrangeiros animosos, como Cadamosto, que descreveu a "prima navigazione per Oceano alla terra de Negri"(2), Nota do Autor o genovês Antonio de Nolle (1445), descobridores, em 46, de Cabo Verde... "Sua casa - confirma Azurara - foi um geral acolhimento de todos los bons do reino e muito mais dos estrangeiros..."(3) Nota do Autor Esse "muito mais" pode ser um raparo do panegirista: porque, ao contrário das cautelas que usaria D. João II, D. Enrique se mostrou expansivo e nada misterioso com os forasteiros. Nisto imitava os de Veneza. Tendo as bulas papais reconhecido o domínio português sobre as terras encontradas, e não havendo povo marítimo que lhas pretendesse disputar, ficava apenas de pé a questão da iniciativa para cometimentos mais ousados. Que viessem marinheiros de toda parte! A "escola de Sagres" (isto é, o Infante, e a sua pequena corte de matemáticos, pilotos, "físicos", nome que se dava aos especialistas de ciências em geral) estabelecia-lhes condições. Trabalhariam para Portugal, com excelente retribuição, em proporção dos gastos que fizessem. Esses contratos de parceria, ou então a entrada para o serviço de D. Enrique, pressupunham uma