História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600)

cadeia solidária. Unem as matemáticas do Islam [Islã] às de Sagres, e o pensamento científico da casa do Infante ao da corte de D. João II, cujo astrônomo predileto foi o judeu. Vizinho, discípulo e tradutor de Abraão Zacuto, o sábio calculista de Salamanca.

D. Enrique podia morrer contente de si e de sua obra.

Mas o sobrinho, D. Afonso V, não nascera para meditar em viagens problemáticas: o seu ideal estava em Tanger, a sua alma retratava a ânsia africanista dos "ínclitos infantes" na primeira fase de sua história, quando se sentiam talhados para acabar com os mouros, em nome da cruz. As navegações não se interrompem de todo; porém decaem, ou se dilatam, à espera de melhores auras. Mal pode o reino com as guerras em que o mete el-rei. A expedição de Pedro de Cintra, ao longo da costa d'África, é a mais importante do período, ressoante d'outros feitos: as conquistas de Arzila e Tanger (1471). Neste mesmo ano, João de Santarem e Pedro de Escobar descobrem a costa da Mina e ultrapassam a "linha". Em 1481, - no trono D. João II, - o espírito do Infante Navegador domina os negócios do Estado.

ACERTOS E ERROS DE D. JOÃO II

O segundo João tinha do primeiro, fundador da dinastia, a resolução enérgica: mas as suas vistas largas alcançavam um panorama de ampliação nacional, de grandeza monárquica, que o Mestre de Aviz não pudera prever. Se este fora, típico, um cavaleiro da Idade Média, o bisneto é com certeza um príncipe da Renascença. Compreende o Infante e a sua obstinação. Apaixona-se pela solução dos problemas indicados pelo tio-avô; menos religioso do que ele, é entretanto mais

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