O INIMIGO NOVO: HOLANDA
Alvaro de Carvalho defendeu a Bahia contra os holandeses ao expirar o século.
O que seria depois o principal problema da colônia - a expulsão do flamengo, entre 1624 e 1654 - apresentou-se à aturdida população da cidade em 1599(1) Nota do Autor como um episódio a mais, da ronda dos corsários que combatiam Espanha.
Não se dera ainda suficiente importância ao novo inimigo.
O ódio a franceses de Dieppe e ingleses hereges não se estendera aos de Flandres, bom mercado, até aí, do açúcar da Madeira e do Brasil, (em 1498 Antuérpia dava destino a 40 mil arrobas do produto da ilha) velho entreposto português no norte da Europa, centro de irradiação das especiarias segundo as tradições do século XV. Ao contrário: as perseguições aos judeus em Portugal e Espanha tinham dado extraordinário incremento às praças de Holanda, que os atraíram. A península perdeu milhares de negociantes hábeis, que levaram para Amsterdã a clientela ultramarina, a sua rede de transações, o segredo do mercantilismo da Casa da Índia, de Lisboa quinhentista. Houve, com o êxodo das famílias israelitas, uma transferência de interesses. Acontecia que os capitalistas portugueses dos engenhos do Brasil (excetuados os Aveiro, os Fernand'Alvares, os Martim Afonso) eram, na maioria, cristãos-novos, que adiantavam cabedais e recebiam, consignado, o produto colonial. Agentes seus instalavam-se em Olinda e na Bahia. A circunstância de ter sido o Brasil terra