História do Brasil T1 - As origens (1500 - 1600)

de degredo para judaizantes concorria agora para uma imprudente e larga aliança com o comércio holandês, sem embargo da guerra que os espanhóis faziam às Províncias Unidas, da política e das proibições de Felipe II.

Principiava esse intercâmbio anticastelhano pela frequência dos barcos de Holanda nos portos, de Portugal e do Brasil, a fretes que se justificavam pela sua superioridade náutica e conveniência comercial. Encerrara-se a época das caravelas - para as manobras fáceis, e carga reduzida. Estava-se no período das carracas da linha da Índia, morosas e pacíficas,(1) Nota do Autor e das urcas flamengas - que eram navios achatados, a compensar o calado pela arqueação, pois suportavam tonelagem bem maior que a das naus da carreira. Navegavam as urcas, é certo, sob bandeira portuguesa. Os embarcadores preferiam-nas, ao tempo em que a decadência do Oriente, a pirataria do mar, centenas de presas feitas pelos corsários não católicos, entorpeciam, pareciam aniquilar a marinha do Reino.(2) Nota do Autor Entre 1595 e 1601, por exemplo, deixaram os portos de Flandres, para o Oriente, 65 navios, e de Portugal 33...(3) Nota do Autor Diz frei Vicente do Salvador: "Costumavam ir ao Brasil urcas flamengas despachadas e fretadas em Lisboa, Porto e Viana, com fazendas da sua terra e de mercadores portugueses, para levarem açúcar."(4) Nota do Autor

Não podia perdurar tal estado de cousas.

A luta, na Europa, havia de estender-se à América hispânica, ao Brasil portanto. Felipe II vedou os embarques, em Portugal, nas urcas holandesas. Negociantes

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