A Revolução Farroupilha (história popular do grande decênio, seguido das “Efemérides” de 1835-1845, fartamente documentadas)

exigem medidas fora do andamento ordinário das cousas. A Assembleia convidou o Presidente a depositar pessoalmente em seu seio tudo quanto pensava acerca da indicada conspiração, e o Presidente da província não hesitou um momento em anuir aos desejos da Assembleia. Aqui declarou que seu zelo e solicitude pelo bem público e pela integridade do Império o haviam movido a fazer a Assembleia ciente das notícias que da conspiração tinham chegado ao seu conhecimento; que julgava ter nisso obrado com honra e lealdade, cumprindo um dever; e que se persuadia de que no caso de com efeito existir conspiração o alvitre de a fazer pública era aconselhado pela política, pois que de ordinário conspirações se desmancham somente com a publicidade da existência delas. Terminou o administrador provincial asseverando que em todo o caso achava nas leis existentes os meios de que poderia necessitar, mas que hoje está convencido de que a conspiração não existe; e que jamais poderá tomar vulto algum plano igual à vista dos briosos e patrióticos sentimentos dos habitantes da província do Rio Grande do Sul.

Aliviados, pois, rio-grandenses, os vossos representantes dos sentimentos de ansiedade e aflição que os oprimiam, e persuadidos de que iguais sentimentos terão, talvez, afetado vossos corações, julgaram de seu dever dirigir-vos o presente manifesto, ou exposição de quanto há passado a tal respeito, e da convicção em que se acham com o Presidente da província de que a conspiração não existe, exortando-vos a conservar intatos os sentimentos de união e verdadeiro amor à Pátria, assim como a necessária confiança na pureza e intenções, na boa-fé, no patriotismo do Presidente da província.

Paço da Assembleia, 19 de junho de 1835".

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