Assimilação e populações marginais no Brasil; estudo sociológico dos imigrantes germânicos e seus descendentes

velha Mãe-Pátria" ou "Quem nega o seu sangue, nega a sua Pátria", são princípios que procuram conciliar possíveis conflitos resultantes de uma situação nitidamente transitória. É fácil verificar-se que a orientação dos trechos transcritos ora se esforça por distribuir "os pesos" equitativamente entre as "duas pátrias", ora revela uma preferência nítida pela terra dos antepassados, como o primeiro dos trechos citados. A orientação é, pois, menos segura do que parece à primeira vista. Se levamos em conta que muitas escolas usavam livros didáticos dos mais diversos tipos vindos da própria Alemanha, não se pode negar que os processos da transmissão cultural e os próprios conteúdos transmitidos refletiam graus diversos de marginalidade cultural.

Ao lado da formação cívica encontramos valores econômicos e religiosos tradicionais que a educação escolar procurava incutir nos adolescentes.

Em um "Manual" oferecido em 1930, pela Câmara Municipal de Blumenau, aos alunos das escolas primárias do município, o ruralismo e o ideal campesino da população projeta-se em trechos como estes que transcrevemos literalmente:

"O lavrador ou colono que administra com cuidado os seus bens, tem sempre para viver. Ganha pouco, mas também ele gasta pouco. O serviço do lavrador é pesado. Trabalha desde a madrugada até a noite. Muitos colonos emprestam o dinheiro para pagar sua terra, e cada ano eles pagam juros e amortização que

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