Assimilação e populações marginais no Brasil; estudo sociológico dos imigrantes germânicos e seus descendentes

"Para a Idade Média o mundo era um mundo do pecado. Por isso, a piedade medieval consistia na negação desse mundo com todos os seus bens. Neste sentido, o monge foge do matrimônio, da propriedade, do mundo todo com suas ciências, suas alegrias, seus deveres, a fim de mortificar sua carne com todos os seus desejos. Que magnífico espírito de sacrifício! Mas ai dele! Evitando o mundo, ele foge, ao mesmo tempo, das tarefas com que Deus incumbiu cada indivíduo, das, tarefas da vida familial; da vida cívica com todas as suas exigências à abnegação pessoal, ao espírito de sacrifício, à moralidade verdadeira e ativa..."

"O homem foi posto no mundo, não para fugir do mundo, mas para que ele, no mundo, servisse a Deus.

A integração no mundo em todas as alegrias e sofrimentos da profissão, da vida de família, da vida com e para o próximo é a verdadeira moralidade. O cumprimento do dever é o verdadeiro serviço divino. Assim, a fé conduz ao mundo, ao serviço do próximo..."

"A vida na profissão mundana, no Estado, na comuna e família já não se afigurava como mal inevitável, admissível por causa dos fracos, como taça brilhante com um conteúdo mortífero, mas como atuação da verdadeira e perfeita moralidade cristã."

"Eis aqui o Estado! Já não se afigura como obra do demônio ou do pecado ou da injustiça. Pelo contrário: como a família, o Estado representa uma ordem divina, contendo uma tarefa moral autônoma destinada a proporcionar

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