ius sanguinis."(269) Nota do Autor O contato de imigrantes com brasileiros revela que estamos, de fato, diante do embate de duas representações coletivas divergentes. O imigrante alemão, por exemplo, trata, espontaneamente, todos aqueles que falam a sua língua e conservaram costumes, tradições e usos que lhe são correntes, como patrícios. Não lhe passa pela mente que os outros, apesar de todas as semelhanças, estão ligados, mediante laços morais, afetivos, volitivos e políticos, à nação brasileira. "A princípio não entendia", me confessou um imigrante alemão de certa cultura, "porque todos indagavam lugar e país de meu nascimento. Estranhava e até achava esquisitas essas perguntas que se repetiam infalivelmente, quando era apresentado a pessoas desconhecidas". Inúmeros mal-entendidos e até desinteligências têm a sua origem no fato de que os alemães recentemente imigrados tratam os teuto-brasileiros como se tivessem os mesmos interesses, as mesmas concepções e sentimentos políticos como eles próprios. Criticam-se, por exemplo, certas instituições ou certos fenômenos da vida social brasileira, na suposição de falar a indivíduos naturalmente aliados. Reiterados desenganos ensinam ao ádvena que se encontra entre cidadãos brasileiros e não alemães como erroneamente supunha. Um critério aproveitável, aliás, apresenta a variedade de