Assimilação e populações marginais no Brasil; estudo sociológico dos imigrantes germânicos e seus descendentes

cartório brasileiro, independentemente de seu status social. 90% mais ou menos, das chamadas populações "estrangeiras" do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná consistem de brasileiros natos, com todos os direitos políticos. O critério de assimilação (que seria um critério realmente sociológico) jamais entrava na cogitação dos legisladores. A consequência que acarretava esse ponto de vista (doutrinário e formalista) era o fato de que o eleitorado político dos estados meridionais era constituído, em grande parte, por elementos marginais. Nos núcleos teuto-brasileiros a "política de cabresto" fazia-se no sentido marginal. Os cabos e chefes políticos distritais, geralmente comerciantes sob a influência dos pastores e da imprensa teuta, indicavam pessoas que se comprometiam a defender as teses étnicas do germanismo. Quem não se comprometesse nesse sentido, não podia contar com votos. Vimos cidades inteiras em franca oposição contra candidatos com fama "germanófoba", chegando-se mesmo ao ponto de recusar a um candidato à presidência do Estado, um dos muitos salões da cidade para realizar comícios eleitorais. O compromisso político implicava sempre transigências com as escolas particulares e atividades associativas dos núcleos teuto-brasileiros. O eleitorado ("de cabresto") jamais votava em candidatos que não fossem indigitados pelos verdadeiros manejadores da opinião local. Os representantes eleitos jamais ousavam desagradar ao eleitorado teuto. Esse mecanismo não permitia,

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