Assimilação e populações marginais no Brasil; estudo sociológico dos imigrantes germânicos e seus descendentes

Aludimos também à camada de imigrantes intelectuais que se refugiaram no Brasil após o fracasso da revolução liberalista de 1848. Esses liberais sobrepuseram-se, como deixamos assinalado no princípio deste estudo, aos colonos formando uma elite que visava o congraçamento político da população rural. Essa elite política assimilou-se, como mostra o exemplo de Koseritz, com relativa rapidez, ao meio político brasileiro, embora não abandonasse os objetivos étnicos. Nos decênios seguintes vai-se processando, paulatinamente, uma bifurcação na elite política teuto-brasileira: Uma parte não pequena assimila-se completamente aceitando os padrões e praxes políticos brasileiros. É o caso dos Lauro Müller, Felipe Schmidt, Adolfo e Vitor Konder etc. A outra parte, embora participando ativamente da vida política, permanece em posição marginal defendendo as teses étnicas do germanismo. Essa corrente, favorecida pela política liberal dos borgistas, era mais forte no Rio Grande do Sul do que em outros estados.

Os representantes dessa política "marginal" eram principalmente deputados estaduais, prefeitos e vereadores municipais. As influências políticas da corrente marginal explicam-se justamente pela discrepância entre estatuto jurídico e "status" social das populações marginais. O princípio, de "quem nasce no Brasil, brasileiro é" conferia (e confere) a cidadania a todos que apresentassem a sua certidão de nascimento passada em

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