tudo, "mas o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente, e esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar..." (1)Nota do Autor.
Cabral abrangeu com a vista 20 léguas de litoral, que creu ser de uma ilha, a que chamou de "Vera Cruz". O Brasil português de 1500 reduziu-se a uma ilha hipotética: 30 anos bastaram para que um continente inteiro brotasse daquela aventura. Deveras, o rei D. Manoel não deu à nova terra a importância que merecera; contentou-se de comunicar o seu achamento às nações e mandar-lhe uma frota de exploração, logo no ano seguinte, mais para ver que lucrar, com um intuito cartográfico que visava, sobretudo, às futuras navegações da Índia.
VESPUCCI
Já em 1501 surge, nas costas do Brasil, um piloto, misto de astrônomo e aventureiro, Americo Vespucci, florentino, que viera à América com Alonso de Ojeda, um ano antes de Cabral: o seu espírito expande-se por este litoral amplo, chão ao norte, difícil e montuoso ao sul. Vespucci pertencia à raça dos Marcos Polo: os viajantes-divulgadores, hábeis novelistas, que alimentavam com os seus relatos, algo fabulosos, a fome de civilizações exóticas que devorava a Europa de após-cruzadas. Ligou o nome ao continente novo, batizou, com André Gonçalves, chefe daquela frota de três navios, os acidentes da costa do Brasil,