História da Civilização Brasileira

(1)Nota do Autor. A expedição de 1503, na qual voltou Vespucci, já comandando uma nau, foi um esforço isolado, a fim de apurar-se o primeiro lucro da longínqua colônia. Dous navios, dos seis com que Gonçalo Coelho saíra de Lisboa, abarrotaram-se de pau de tinta em Cabo Frio, (2)Nota do Autor onde deixaram uma feitoria com 24 homens, e levaram a Portugal um conhecimento positivo do Brasil interior, até 40 léguas dentro das florestas e montanhas, quantas entrou o florentino ardendo em curiosidade. Aspereza, selvageria, paisagem - nada mais viu Vespucci, que supriu com os detalhes de uma fauna fantástica, que imaginou, a escassez de notícias sedutoras. Era um mundo bárbaro; nada tinha de comum com as terras da especiaria. Esta decepção passa a refletir-se na política colonial do reino: o Brasil era uma promessa, a Índia a realidade. Por isso correram ao oriente os grandes de Portugal, como outrora corriam à África. E o oriente lhes bastou. Se não fosse a concorrência estrangeira, o Brasil ressurgiria, para a colonização, depois da ruína da Índia: a sua história sofreria um atraso de século e meio. A disputa dos povos navegadores fez com que Portugal lhe desse as sobras do seu império transoceânico: o Brasil, inicialmente, foi obra da emulação internacional. Entre perdê-lo e resguardá-lo, adotou a Corte de Lisboa o alvitre de o transformar numa colônia de comércio (3)Nota do Autor.

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