História da Civilização Brasileira

(descobriu este a costa leste-oeste até a baía de Gurupi); e seguiu para o sul, no rumo franco do rio da Prata, fim da sua viagem, porque era considerado o limite meridional do Brasil. Na Bahia encontrou o vianês Diogo Álvares, pelos tupinambás chamado de "Caramurú", que era como o chefe do lugar, casado com uma filha do morubixaba (Catarina Paraguassú) e com larga descendência mamaluca. Refere a tradição que esse português, náufrago de 1509, fora depois à França num navio de comércio e lá batizara a mulher, dando também ao representante de D. João III, rei de Portugal, completos informes da terra do Brasil.

MARTIM AFONSO

Sabemos, todavia, que a instâncias do doutor Diogo Gouvêa, diretor de um colégio célebre de Paris, D. Manoel e D. João III não abandonaram o Brasil, enviando em seu socorro as esquadras de 1516 e de 1530: restava indagar a origem de tão certo conhecimento da América que teria o doutor, destacado, como um embaixador comercial, na Corte francesa. A Bahia, pois, estava ocupada. Martim Afonso surgiu no Rio de Janeiro, onde levantou casa forte e fez explorar o país, durante dous meses, por quatro homens; e quatro meses depois foi fundear em Cananéia. Expediu dali uma força de 80 homens, em companhia de um "língua" que achou na terra, Francisco de Chaves, a dizer que podia entregar 400 escravos carregados de ouro e prata. Essa gente não voltou; parece que a trucidaram os carijós dos campos de Curitiba. Desceu mais Martim Afonso, sempre à vista da costa: a sua capitânia encalhou na altura do Chuí, houve de desistir da subida do rio da Prata, missão em que investiu Pero Lopes, seu irmão, autor

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