História da Civilização Brasileira

copiosa mão de obra, primeiramente de índios cativados, depois de negros de Guiné.

Em São Vicente, Braz Cubas, procurador de Martim Afonso, introduziu o "monjolo", que vira na China. Não havia máquina mais singela que esse "pilão d'água", que pisava o milho: tornou-se o aparelho usual do roceiro.

O engenho de açúcar foi a fábrica aristocrática. Circulou por isso um adágio: "Quem quiser o Brasil do Brasil, traga o Brasil para o Brasil" - isto é, o capital, representado pelos escravos (1)Nota do Autor.

Os próprios governadores-gerais, continuando a tradição dos donatários, negociaram francamente em açúcar, desde Mem de Sá, até Diogo Luiz de Oliveira, a quem D. Luiz de Céspedes acusou de abarrotar os navios com a sua exclusiva mercadoria. Negociaram os militares, como os capitães do forte de Recife, que tiveram tavernas até 1602, mandadas fechar pelo governador Diogo Botelho (2)Nota do Autor; negociaram os desembargadores, os fidalgos desterrados, como D. Francisco Manoel de Melo, os jesuítas e as ordens religiosas, os funcionários do Estado, todos.

OS ENGENHOS

Martim Afonso, em 1532, associara-se a um holandês, Erasmo Schetz, para montar o seu engenho, o "dos Erasmos", o mais famoso do Brasil por aquele tempo. Parece que o mesmo Schetz lhe deu os planos; também era o intermediário para os mercados flamengos. Enriqueceu de tal modo a firma que ele fundou em Holanda, para vender o açúcar de São Vicente,

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