1º A indústria dos transportes por água só é preferível a outro qualquer sistema, por poder-se obtê-la mais barata, e, portanto, ela será tanto melhor quanto mais barata for; que, sendo o rio Araguaia completamente franco de cachoeiras e de outros quaisquer obstáculos, o Tocantins lhe não pode fazer concorrência.
2º Que, no estado de perfeição a que tem chegado em nosso século a indústria de transporte, não se pode dizer que a possuímos, senão quando pudermos substituir a força do braço humano por agentes puramente mecânicos, como sejam o vento e o vapor; que qualquer destes dois só será possível no Araguaia.
3º Que, sendo a questão da população inteiramente ligada à da indústria, havia toda conveniência em deslocar dos terrenos auríferos e, portanto, estéreis, da maior parte do norte, a população que habita o vale ocidental da cordilheira que divide as águas dos dois grandes rios, para colocá-la às margens do Araguaia, onde a fertilidade do terreno oferece um teatro vasto e fecundo para toda sorte de indústria agrícola.
Daí para cá, temos muitas vezes refletido nesta questão e, apreciando de novo cada um dos dados em que me fundei para emitir estes juízos, hoje, mais do que nunca, estou neles firme.
A navegação do Tocantins chegou ao ponto a que pode chegar; o vapor e a vela são e serão impossíveis por muitos anos; o aumento de vasos depende do aumento de importação e exportação, que, por sua vez, depende da questão de aumento de população, e, em consequência, qualquer incremento que o governo lhe quisesse dar seria infrutífero, por falta de objeto.
Sempre que se fala na navegação do Araguaia apresentam-se logo dois argumentos, que aos olhos de muitos