CAPÍTULO I
De Goiás a Santa Rita
Onde começo o escrito — Descrição do terreno: é próprio para uma boa via de comunicação — § 1º — Primeiro dia de viagem.
Começo a escrever estes apontamentos de viagem à margem do rio Manoel Alves, 11 léguas ao noroeste de Goiás.
Com o escrevê-los espero conseguir diversos fins: conservar no escrito dados que me possam servir para tomar medidas administrativas tendentes à navegação do Araguaia, objeto de meus esforços na administração desta província; comunicar, por meio de minhas impressões, um pouco de amor aos brasileiros por esta natureza tão grandiosa e esplêndida de seus sertões; finalmente, conservar para mim mesmo observações de costumes e coisas, que provavelmente não verei mais em minha vida.
Saímos de Goiás, às 17h30 do dia 25 de setembro, seguindo rumo à Santa Rita; o terreno é extremamente acidentado, até chegar a um morro que chamam de Zanzan, visto que a estrada vai fraldeando a aba ocidental da serra, em que se assenta a cidade; tem uma descida íngreme, pela qual se chega ao córrego do Talaveira; daí em diante, até o primeiro pouso que foi em