Viagem ao Araguaia

um córrego, a que demos o nome de Maribondo, em lembrança do comandante de nossa escolta — o terreno é regular, oferecendo todas as condições para uma boa estrada, é firme, sem declives fortes e, na maior parte, coberto de um gorgulho de carbonato de ferro e quartzo, que, suprindo a macadamização, previne desmoronamentos e atoleiros.

A formação geológica do terreno é a de transição: a ossada da serra parece ser formada de xistos, talco e rochas metafóricas, o segundo destes abundando, sobretudo, no alto do Talaveira. Não observei em parte alguma grandes matas; a vegetação é um pouco melhor do que nas circunvizinhanças de Goiás; contudo, é amarelenta e pouco desenvolvida.

Em alguns lugares, o naturalista pode, por meio dos cordões amarelos das matas, adivinhar a direção das rochas; as pastarias para o gado não me pareceram boas, sobretudo porque a diminuta criação de gado vacum e cavalar, que por aí vi, era magra e pouco desenvolvida.

Tomamos pouso às 6h30 da tarde, armando nossas barracas e acendendo, depois, grandes fogueiras. Choveu parte da noite.

§ 2º — Segundo dia — Vamos a uma das vertentes do Ferreiro — Natureza do terreno; casas desertas — Eu e um companheiro perdemo-nos nas campinas; nossa aflição; o pouso.

Do córrego do Maribondo, viemos pousar numa das vertentes do Ferreiro. Atravessamos os Bugres, algumas léguas antes, sobre uma boa ponte de madeira, construída em 1855, sob a presidência do sr. Francisco Mariani.

O terreno é, quanto ao reino vegetal, distribuído em campinas, buritizais e algumas catingas.