Viagem ao Araguaia

absurdo, que nem deve ser lembrado; e, na mesma noite, foi cercada a casa do Senado de tropa militar, prendendo-se dois e fugindo os mais ao merecido castigo, de que os livrou a piedade de El-Rei Nosso Senhor, que, julgando proceder este erro de um mal-entendido zelo de justiça, lhes concedeu o perdão, anunciado pelo sr. Vice-Rei do Estado, em carta de 28 de março de 1804, estranhando no Real Nome o desacordo de não conhecerem que todas as Câmaras do Brasil são subordinadas aos governadores, a quem Sua Majestade manda todos os oficiais da Fazenda, da Justiça e da Guerra obedecer, sendo só responsáveis pelas suas ações perante o Soberano, a quem juram homenagem, tendo os mais vassalos o recurso de se queixar quando se julguem oprimidos.

"No meio destas perturbações, promoveu as milícias, criou muitos oficiais e fez exercitar a infantaria e cavalaria.

"Acrescentou o número dos soldados dragões, que chegaram a 80, por aviso, conseguido à sua instância, da Secretaria dos Negócios Ultramarinos, de 25 de abril de 1801.

"Fez erigir um registro ou presídio na carreira do Araguaia, entre a barra do Itacaúna e Tocantins, e fez uma expedição até este, em que foram empregados Braz Martinho de Almeida e uma guarnição militar. Esta povoação, que se principiou, alguns anos depois, foi desamparada.

"No seu tempo, por ordem do real erário de 10 de setembro de 1801, depois de um assento da Junta e os exames necessários, franquearam-se as terras de Pilões e Rio Claro, com a condição de se recolherem os diamantes que se encontrassem em um cofre, que se estabeleceu com três chaves.