se alteia e deixa ver infinitos penedos quebrados em faces planas e quase verticais.
Cerca de 150 passos acima do rés da terra, existe a arcada principal das grutas.
Subimos a ela com todas as cautelas de homens que penetram lugares desertos: levamos as facas ou punhais atravessados nos dentes, as armas de fogo nas costas e nos fomos guindando de um a outro penedo e, apegando-nos aos vimes e protuberâncias das pedras, conseguimos chegar à altura da gruta.
O aspecto exterior da serra é nesse lugar imponente; a cor das pedras é de um acinzentado escuro, tirante a roxo: pelas fendas delas arrebentam gigantescas gameleiras, cuja raizada branca se destaca agradavelmente do fundo escuro do lajedo.
Vi aí uma quantidade tão grande de abelhas, que só pode idear quem as viu.
Umas construíam suas casas pelo centro das rochas, outras na superfície, outras entranhavam-se pelo chão, outras, finalmente, faziam-nas sobre as árvores, ou no oco dos paus.
A quantidade destes insetos era tão grande, que não nos bastavam as mãos para defender a boca, os olhos, o nariz, o ouvido e os cabelos, por entre os quais eles penetravam em multidão sufocadora.
As espécies de abelhas aí existentes eram as seguintes: a jataí, de duas qualidades, cujo mel é superior ao de todas, pelo perfume de flores silvestres a que rescende e pelo gosto levemente acidulado de calda; a bujuí, cujo mel é também perfumado; a borá, cujo mel é azedo; a mandaguari, mumbuca, vava, assanharão (mordedor), cujas casas são dentro da rocha; a achupé, que constrói casas em forma de uma pera voltada para baixo, do comprimento de uma braça e da largura de