Viagem ao Araguaia

Essa primeira viagem, de que se ocupa neste livro, o general a empreendeu como presidente da província de Goiás, afins de pôr em prática diversas medidas administrativas, tais como: a mudança de fazendeiros para Santa Leopoldina, a abertura da estrada deste ponto para Salinas e a mudança de Salinas de Jamimbú para São José, à margem do Araguaia. O general percorreu, então, com os seus companheiros de excursão, nada menos de 176 léguas em 35 dias, não metendo em linha de conta as diversas explorações que teve de fazer em serras e em lagos.

A Viagem ao Araguaia — ele próprio o diz — foi o prólogo de outras que aí mesmo empreendeu, em bem da navegação do grande rio. A esses cometimentos o general Couto de Magalhães se refere rapidamente no capítulo que escreveu, em 1889, para complemento deste livro, Do Rio a Goiás, com o qual abrimos a presente edição. Dessas viagens arrojadas, em que mais de uma vez, exposto a sérios perigos, encarou de frente a morte, o general não deixou, infelizmente, senão documentos e notas avulsas que pretendemos oportunamente reunir em volume.

O eminente brasileiro revelou-se assim, desde muito cedo, um viajante incansável e um explorador de rara energia.

Sob esse duplo aspecto, vejamo-lo através das páginas que o seu prezado amigo e notável escritor dr. Affonso Celso traçou, em dezembro de 1898, na Revista do Arquivo Público Mineiro: