Viagem ao Araguaia

É inegável que existem as minas dos Martírios, e também que é verdadeira a relação de Pires, pois que o rio Branco, que no Cuiabá passou sempre por patranha, José Luiz Monteiro (hoje alferes de hussard) viu-o e passou por ele com 50 homens, que o acompanharam na expedição pelo sr. Caetano Pinto mandada sobre um quilombo de pretos foragidos, que já não existia, e então se verificou a existência do regato Piratininga. O outro rio que flui no dos Arinos, e que João de Souza, no seu diário, chama de São João, existe, porque João Viegas Junior também o confirma no seu roteiro, e com muita razão lhe chama o rio dos Tapajós. Agora, digo eu: não sendo esse o rio Araguaia do caminho dos Guaiazes(1)Nota do Autor, qual pode ser, senão o mesmo de que falou Pires e o mesmo que contém as minas dos Martírios?...

Houve na capitania do Pará uma tradição de que os missionários jesuítas conservavam grandes minas no interior do sertão; e aquele rio de água suja, que João de Souza d'Azevedo viu desaguar pela parte oriental nos dos Arinos, não avigora esta tradição? E a cautela com que os mesmos jesuítas conservavam, nas margens do rio Tapajós, um armazém, que forneciam de víveres todos os