O leitor há de encontrar, de envolta com observações administrativas, descrições de caçadas, notas de geografia e mineralogia e descrição de cenas da natureza.
Se há nisto falta de método, a razão ficou dada já. De mais a mais, o viajante não descreve o que quer, e sim o que vê, e, se a umas cenas se sucedem outras de natureza muito diversa, força é descrevê-las.
Dar ao quadro variado das obras do Criador o método seco de nossas escolas, seria substituir pelo grandioso e sublime de suas criações o pequeno e acanhado, que sempre existe na obra do homem.
Não me ocupei, durante a viagem, em descrever unicamente as coisas que vi; ia tomando apontamentos e colhendo dados que me pudessem fornecer matéria para alguns artigos, mostrando a grande conveniência da navegação do Araguaia.
Com efeito, aí os escrevi, e são os que publico em primeiro lugar.
As pessoas desta capital sabem da rapidez com que fiz essa viagem; contudo, para que se me não acuse do pouco método que aí existe, eu acrescentarei que viajamos 176 léguas em 35 dias, não pondo em linha de conto as explorações que fazíamos constantemente, já em serras, já em lagos, já em uma e outra margem do rio.
A estes trabalhos juntava-se o dispêndio de tempo que foi necessário empregar para fazer realizar medidas administrativas, como foram: a mudança de diversos fazendeiros para Santa Leopoldina, a abertura da estrada deste ponto a Salinas, a mudança de Salinas de Jamimbú para São José na margem do Araguaia, não falando de outras que, com serem menos importantes, todavia consumiam atenção e tempo.
Por aqui já vê o leitor que eu só podia escrever constantemente interrompido e aproveitando o raro tempo que