Daqui se seguem, portanto, a riqueza da província e o aperfeiçoamento de nossa indústria agrícola resultante da divisão do trabalho.
Hoje, não temos fazendeiros com uma indústria determinada; cada cultivador é enciclopédico: planta milho, feijão, arroz, cria gado, fabrica aguardente, planta café etc.
E qual a razão disto?
É que, se um fazendeiro se dedicasse a plantar exclusivamente o café, teria de perder a maior parte, por falta de consumo; desde o momento, porém, que aparecer a navegação do Araguaia, ficarão abertos os mercados que, existindo à beira-mar, estão em relações diretas com os da Europa. Nem pareça que esta consideração do emprego exclusivo em um gênero só de agricultura é de pouco peso. As consequências são imensas. Citemos dois exemplos:
1º - com diversas culturas na mesma fazenda, e pelos mesmos operários, não é possível aperfeiçoamento algum — a atenção dividida nada produz. Eis o que acontece conosco.
Os operários de hoje seguem a rotina de seus pais e avós: em vez de se aperfeiçoarem, tendem a tornar-se retrógrados.
Muitos exemplos poderia eu citar para tornar mais palpáveis as verdades que quero fazer notar; citarei um único, que tenho observado por vezes.
Supondo-se dois ferreiros, dos quais um trabalhe constantemente nas diversas obras de seu ofício, e outro que se tenha exclusivamente empregado em fazer cravos; acontecerá que este último fará 200 cravos no mesmo tempo em que o primeiro só poderá obter cem.